Ao longo de 2022, os lançamentos da arquitetura e da construção civil em âmbito mundial refletem as principais tendências e abordagens do setor. Confira abaixo quatro dos projetos arquitetônicos mais aguardados deste ano.
Floresta vertical
Criado pelo escritório Stefano Boeri Architetti, o projeto Nanjing Vertical Forest levará ao distrito chinês de Nanjing Pukou uma construção que simboliza a relação entre a natureza e a arquitetura e tem como foco promover a arborização urbana e as soluções de combate às complicações climáticas da China e do mundo.
Em sua estrutura, o complexo comporta duas torres. Uma delas, com 200 m de altura, será destinada a escritórios e irá compreender um museu, uma escola de arquitetura verde e um clube na cobertura. A outra torre, com altura de 108 m, irá comportar um hotel com 305 quartos e uma piscina no último pavimento.
Em ambas as torres, floreiras e varandas alternadas integram uma imponente fachada formada por 600 árvores de grande porte, 200 de tamanho médio e mais de 2.500 arbustos e plantas rasteiras – tudo isso cobrindo uma área de 4.500 m².
Nessa floresta vertical, 27 espécies nativas irão produzir, aproximadamente, 16,5 toneladas de oxigênio por ano. A estimativa é que isso reduza, nesse período, cerca de 18 toneladas de CO², além de ajudar a restaurar a biodiversidade local.
Com espaços comerciais, recreativos e educativos que se unem a uma proposta de criar ecossistemas sustentáveis, o projeto de Nanjing irá representar um importante passo rumo ao futuro da construção civil.
Bairro com casas 3D
Em Austin, capital do Texas, as empresas Lennar e ICON estão unindo soluções de construção residencial e tecnologia para dar vida à maior comunidade de casas impressas em 3D já concebida até hoje.
Entre os projetos arquitetônicos mais aguardados de 2022, o bairro se tornará um destaque por unir materiais avançados, robótica e softwares inovadores. Tais recursos serão essenciais para consolidar o principal objetivo do projeto: combater o déficit habitacional do país, ocasionado, entre outros fatores, pela escassez de materiais e de mão de obra.
Graças à tecnologia de impressão 3D viabilizada pela ICON, o projeto será contemplado com residências de alta qualidade, baixo consumo energético, menos desperdício e mais rapidez e economia em sua execução. Em comparação às casas tradicionais, as unidades da comunidade em Austin terão entre seus diferenciais telhados fotovoltaicos, bem como materiais e paredes mais duráveis e resistentes a condições climáticas intensas. Com aproximadamente 280 m², as casas terão um prazo surpreendente de apenas uma semana para que fiquem prontas.
Conexão entre a cidade e o mar
Entre os projetos arquitetônicos mais aguardados de 2022 está o Lanternen, dos escritórios WERK Arkitekter e Snohetta. Trata-se de um centro comunitário destinado a esportes aquáticos situado em Esbjerg, cidade portuária da Dinamarca. O projeto já foi premiado por apoiar a comunidade local e incorporar uma arquitetura inovadora e altamente funcional.
A construção circular feita de madeira integra em sua geometria a proposta de estreitar a conexão da cidade com as águas. Com uma estrutura ampla, aberta e inclusiva, o projeto destina seus espaços a amantes do mar, mergulhadores, remadores, turmas escolares e pessoas da comunidade, proporcionando uma visita por diversos ângulos.
Em sua estrutura, o Lanternen irá compreender um convidativo espaço de convívio e troca de experiências sobre o mar, bem como clubes de esportes aquáticos, locais para armazenamento de barcos, uma espaçosa oficina e instalações de treinamento.
O centro comunitário será inteiramente composto por grandes janelas que revelam uma exuberante vista para o oceano. À noite, elas irão compor a estética lumínica do projeto, de modo a lembrar um farol ou lanterna, de onde provém seu nome.
Escola sustentável
O escritório Henning Larsen Architects fará de sua primeira escola primária, chamada Sundby, um marco entre os projetos arquitetônicos educacionais da Dinamarca. Situada nas ilhas Lolland e Falster, a escola deve se destacar como construção consciente, certificada com um dos mais consagrados selos sustentáveis, o Nordic Swan Ecolabel.
A certificação irá atestar práticas como baixo consumo energético, valorização da iluminação natural, uso sustentável de materiais, redução de resíduos gerados e baixa emissão de poluentes. Dentro de sua proposta, a escola busca engajar a comunidade local e apoiar as metas de desenvolvimento sustentável definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Isso irá abranger desde o plano curricular até elementos do próprio design da construção.
Aproveitando a proximidade com a natureza, o projeto incorpora um telhado verde monumental e um vasto terreno que irá favorecer momentos ao ar livre e ações mais ativas entre as centenas de alunos do ensino básico.
As abordagens inovadoras, sustentáveis e tecnológicas desses lançamentos demonstram como a construção civil vem mobilizando investimentos significativos. Uma pesquisa divulgada pela empresa alemã Statista, especializada em dados de mercado e consumo, estima que a indústria mundial de produtos e serviços de impressão 3D poderá ter crescimento de 17% até 2023 e chegará a valer US$ 37,2 bilhões até 2026.
O mercado das construções sustentáveis, por sua vez, gera bilhões de dólares em benefícios para as áreas da saúde e do clima em países como China, Índia, Estados Unidos, Alemanha e Brasil, graças a estratégias que reduzem a emissão de poluentes – segundo a pesquisa HEALTHfx.
Em relação ao consumo energético, um projeto que se destaca é o LLUM Batel, eleito o edifício mais sustentável do mundo pelo consagrado prêmio LEED Homes Awards. Com inúmeros diferenciais sustentáveis certificados pelo LEED Gold, o imóvel-arte da Laguna consome 15% menos energia e 29% menos água do que o padrão proposto pelo selo LEED. No que se refere aos resíduos gerados pela construção do LLUM Batel, 75% do material foi direcionado para a reciclagem ou o reúso.
A Construtora Laguna é uma empresa comprometida com a redução de impactos ambientais em sua atuação no mercado. Em uma parceria com o projeto Composta+, serviço de coleta e compostagem de Curitiba, a Laguna destinou 0,93 tonelada de resíduos para a compostagem, economizou 79 sacolas plásticas e deixou de emitir 338 m³ de gás metano desde janeiro deste ano, reforçando o seu papel consciente na construção civil.
Fonte: Design Boom, Dezeen, CNN Brasil e ArchDaily
