O estudo “The National Human Activity Pattern Survey”, publicado no Journal of Exposure Science Environmental Epidemiology, apontou que as pessoas passam em média 87% de suas vidas em ambientes internos. Para designers e projetistas, dados como esse servem como norte para a criação de espaços que influenciam de forma positiva o humor e o bem-estar dos usuários. O uso de cores na arquitetura é uma das estratégias para alcançar esse objetivo e engloba diferentes abordagens. Saiba mais a seguir.
O uso de cores na arquitetura
Dos interiores à fachada das construções, o uso de cores na arquitetura é capaz de influenciar inúmeros aspectos, como o humor, a produtividade das pessoas, a percepção do espaço e a forma como os ocupantes se relacionam com os ambientes.
A associação que as pessoas fazem, conscientemente ou não, entre determinadas cores e sentimentos é um dos fatores que norteiam a escolha de designers e projetistas, de acordo com a proposta de cada ambiente.
São inúmeras as abordagens do uso de cores no universo arquitetônico, com base no efeito que se deseja alcançar. Tonalidades mornas semelhantes à luz do entardecer, por exemplo, podem influenciar a produção de melatonina e estimular o relaxamento dos ocupantes.
Além de criar atmosferas e induzir sentimentos, a aplicação de cores na arquitetura influencia significativamente a maneira como um espaço ou elemento é percebido. De forma direcionada, o uso de cores também pode criar uma espécie de fluxo intuitivo entre os espaços de uma casa.
Cores para acentuar elementos arquitetônicos
O uso de cores na arquitetura pode acentuar elementos de um projeto, segmentar ambientes e criar pontos focais. Em elementos estruturais como molduras, tetos, vigas, arcos e pilares, a aplicação de cores como o azul gera a sensação de estabilidade e confiança. Na fachada, cores vibrantes como o vermelho revigoram o design externo, fazendo com que ele se destaque.
Em uma abordagem imersiva, o uso de cores pode transformar ambientes simples em espaços mais atraentes. A depender da finalidade do projeto, as cores neutras ou luminosas criam uma atmosfera calma e convidativa. Tons iluminados como o amarelo, por exemplo, irradiam a energia da cor para o ambiente e transmitem alegria aos ocupantes.
Tons de inovação
Nos interiores, o uso de cores pode ter como norte algumas tendências do momento, para compor uma atmosfera moderna. O roxo, por exemplo, é uma ótima escolha para quem busca inovação, dinamismo e conexão com a tecnologia, aspectos que, inclusive, motivaram as escolhas da Pantone nos últimos dois anos.
Partindo de nuances do roxo, a Pantone elegeu o Very Peri como a cor de 2022, inspirada nos atuais tempos de transformação. A cor mistura tons de azul e vermelho para conceber um espirituoso violeta. Em sua essência, o Very Peri representa um futuro empoderado de união dos mundos real e digital proposto pelo metaverso.
Já para 2023 a Pantone escolheu o vigoroso Viva Magenta: outra cor que leva toques de roxo e, a partir deles, concebe um tom híbrido em alusão à fusão entre o físico e o virtual. A cor do ano também referencia a atual relação humana com a tecnologia e, nos interiores, inspira designs mais dinâmicos e criativos.
Materiais, revestimentos e suas possibilidades
Para além da decoração, a aplicação de cores na arquitetura impulsiona diferentes soluções e abordagens nas construções e materiais convencionais. O tijolo branco se adapta bem a designs minimalistas, ao passo que o marrom atende melhor projetos rústicos ou com predomínio de tons terrosos.
O próprio concreto, tradicionalmente cinza, pode receber colorações como o preto, quando misturado a pigmentos. Nesse caso, a tonalidade é obtida pelo acréscimo de magnetita na composição do concreto, o que resulta em um visual profundo, sofisticado e diferenciado em relação às construções de concreto comum. Outro material que tem caído no gosto dos projetistas é o policarbonato, escolhido para compor as fachadas junto ao vidro. Por apresentar diferentes níveis de translucidez e ser durável e flexível, o policarbonato oferece inúmeras possiblidades estéticas que permitem a criação de fachadas dinâmicas, expressivas, lúdicas e coloridas.
Efeitos emocionais das cores
A psicologia das cores é o estudo que busca compreender a relação entre os sentimentos, desejos e estímulos humanos a partir do contato com diferentes tonalidades. Para isso, são considerados fatores como iluminação, pigmentação, percepção de espaço e temperatura. Isto é, entre outros aspectos, essa área estuda como as cores podem direcionar nosso comportamento e as sensações de amplitude e calor.
Cores quentes como o laranja são dinâmicas e estimulantes. Em ambientes voltados a sociabilidade, recreação e diversão, o laranja oferece um ótimo equilíbrio, porque é menos intenso que o vermelho e possui uma claridade menos aguda que o amarelo.
O laranja remete ao lúdico, que alegra a mente e aquece o ambiente ao mesmo tempo. Utilizá-lo em meio a cores como branco ou marrom, incluindo a madeira natural, é uma forma de equilibrar a força da tonalidade sem perder sua atmosfera morna.
Por sua vez, o verde está entre as cores que resultam em uma estética relaxante nos ambientes. Trata-se de uma cor simbólica que remete à natureza, sendo muito apropriado para a arquitetura paisagística. Quando bem utilizado, de modo a fugir do aspecto clínico recorrente, o verde evoca sensações ligadas à saúde, ao vigor e ao bem-estar.
Em suma, as diferentes aplicações de cores na arquitetura são capazes de orientar a experiência dos ocupantes, induzir o uso de determinados espaços e estreitar a relação entre as pessoas e os ambientes construídos, por meio de recursos estéticos.
Nos imóveis-arte Laguna, a arquitetura autoral sempre considera o bem-estar dos usuários, de modo que cada elemento do ambiente estimula o conforto e a sensação de acolhimento nos moradores.
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