A busca por sustentabilidade na construção civil tem modificado o olhar de projetistas para além da execução das obras, rumo a outra questão essencial: a vida útil dos edifícios. Esse fator engloba desde estratégias para elevar a durabilidade de estruturas até alternativas de desmonte nas quais se aplica o método Design for Deconstruction (DfD). Confira abaixo mais detalhes!
Reflexões sobre o impacto da construção civil no meio ambiente
Voltado à economia circular, o relatório The Circularity Gap, divulgado em 2019, identificou que a construção civil representa 50% dos materiais utilizados em todo o mundo. Diante disso, a construção civil tem atraído soluções de reciclagem, reúso e otimização de materiais.
Contrários ao modelo linear de extração, produção, uso e descarte, os métodos construtivos adeptos da economia circular contribuem para fomentar ciclos de reciclagem, reúso de materiais e outras iniciativas sustentáveis.
Ao possibilitar que recursos circulem em processos seguros e saudáveis para o bem-estar humano e ambiental, modelos construtivos como o Design for Deconstruction agregam novas utilidades a estruturas já utilizadas e prolongam o ciclo de vida das edificações. Isso contribui significativamente para diminuir o volume de descarte em aterros sanitários.
A redução do desperdício e o aumento da vida útil dos materiais são outros reflexos da criação de edifícios com capacidade para adaptação e desmontagem. No contexto socioambiental e econômico, esses projetos arquitetônicos diminuem custos, beneficiam comunidades, geram maior controle sobre processos e gestão de materiais e reduzem impactos ambientais.
Conceito do Design for Deconstruction (DfD)
É em meio a esse movimento de fomento das práticas circulares que ascende o chamado Design for Deconstruction (DfD): uma modalidade que cria edifícios adaptados para possíveis desmontes ou mudanças estruturais.
Originado nos anos 90, esse conceito adota estratégias de reciclagem otimizada e eficiente de edifícios no fim de sua vida útil. Para isso, o Design for Deconstruction abrange todo o ciclo da construção e analisa a possiblidade de reutilizar seus componentes. No DfD, a demolição cede lugar a práticas de desmontagem que promovem o reparo, a reciclagem e o reúso de componentes construtivos.
O processo resulta em inúmeros benefícios para o setor e o meio ambiente, como queda na emissão de CO², redução de custos com matéria-prima, diminuição dos resíduos gerados e estruturas que prolongam o ciclo de vida das construções. Ao colocar em prática tais propósitos, o Design for Deconstruction gera reflexos positivos na economia circular e na ecoeficiência da construção civil.
DfD na prática
Na prática, a ideia do DfD é que os materiais, estruturas e componentes construtivos sejam separados e analisados individualmente. Desta forma, os projetistas identificam o que pode ser reaproveitado ou reciclado, bem como a forma de montagem (e, posteriormente, desmontagem) dos materiais. Feita essa análise, algumas alternativas do Design for Deconstruction são:
- Estruturas conectadas: são estruturas conectadas por juntas descartáveis, que permitem uma desmontagem rápida e econômica e a recuperação parcial de materiais construtivos. Assim, dispensam-se as convencionais estruturas fixadas umas às outras e com mínima possiblidade de reutilização.
- Estruturas destacáveis e removíveis: estruturas com conexão destacáveis também facilitam, de modo eficiente e sustentável, o reparo ou as mudanças em edifícios. Para ilustrar, a multinacional francesa Saint-Gobain criou o primeiro sistema de isolamento térmico 100% reciclável e removível.
Dada a ausência de cola e sua estrutura, o produto pode ser completamente desmontado e segmentado. Após atingirem o fim de sua vida útil, os itens do sistema podem ser reutilizados na criação de novos produtos.
- Materiais reutilizáveis: no DfD, há materiais com maior potencial de reciclagem e reúso, como as fachadas ventiladas. Por serem montadas e desmontadas a seco, essas estruturas podem ser desacopladas umas das outras.
Mais uma vez, a Saint-Gobain se destaca por métodos de gestão, separação e processamento de resíduos. Estes podem ser destinados à reciclagem ou à criação de novos produtos de isolamento acústico e térmico.
Gestão e seleção consciente de materiais nos imóveis-arte Laguna
Iniciativas como o Design for Deconstruction reforçam como a tomada assertiva de decisões, ainda na fase de projeto, é fundamental para proporcionar às construções ciclos de vida eficientes e sustentáveis, por meio de recursos com potencial de reciclagem e reutilização que consolidam o modelo circular.
Nesse contexto, a Construtora Laguna – empresa com mais empreendimentos sustentáveis do Sul do Brasil – se destaca por processos conscientes desde a fase de idealização dos projetos até a finalização das obras.
Com a consagrada certificação GBC Condomínio, que irá atestar práticas sustentáveis de residenciais como o AMPIO e o VAZ Batel, a Laguna se compromete com a redução de resíduos gerados, o descarte responsável, práticas de reúso e a seleção criteriosa de materiais, prezando sempre por recursos regionais, de baixo impacto ambiental e com melhor desempenho.
Outro forte diferencial dos imóveis-arte da Laguna é a conquista do selo WELL, que analisa aspectos como baixa emissão de compostos orgânicos voláteis e o gerenciamento seguro de resíduos. Ao certificar métodos conscientes em diversas etapas construtivas, desde as obras até o mobiliário, o critério WELL Material fomenta o uso de recursos mais sustentáveis na construção.
Com práticas saudáveis atestadas por certificações mundiais, a Laguna contribui para a criação de construções mais eficientes, com alto desempenho ambiental e ciclo de vida mais proveitoso.
Fonte: Arch Daily e BRE Group