Nas cidades e residências, novos hábitos e olhares começam a materializar, hoje, como serão os espaços ocupados nas próximas décadas. Cada vez mais, arquitetos e projetistas propõem ambientes adaptados e inovadores que orientam o futuro do design. Confira mais a seguir.
Urbanismo que conecta
A pandemia acarretou significativas mudanças nas cidades, que demonstraram a resiliência e a adaptabilidade do espaço urbano. A necessidade de planejamento nos grandes centros e da criação de espaços sustentáveis propõe novos desafios aos arquitetos e urbanistas.
Frente a isso, estratégias importantes são adotadas para tornar as cidades mais atrativas e conscientes, como a criação de áreas verdes. Esses espaços desempenham um papel vital no desenvolvimento urbano e estimulam interações sociais, momentos de descompressão e troca de ideias.
Um estudo realizado pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, demonstrou que espaços verdes são capazes de melhorar o estado emocional dos habitantes, com mais efeitos positivos que parques urbanos pavimentados. Novos hábitos de mobilidade (como o maior uso de bicicletas) também têm acarretado mudanças no urbanismo, como a prevalência de zonas e praças para pedestres, em detrimento de ruas e cruzamentos.
Na cidade de Varsóvia, capital polonesa, a praça Five Corners teve suas ruas limitadas ao transporte público, às equipes de emergência e ao trânsito de pedestres. O local foi remodelado pelo escritório de arquitetura WXCA, que estreitou as ruas e reduziu o tráfego com a proposta de “devolver” o local aos moradores.
Uma abordagem semelhante foi a do The Loop, em Dubai, uma rodovia urbana sustentável com 93 km de extensão. O projeto foi criado para se tornar a infraestrutura de ciclismo e corrida mais inteligente do mundo, conectando mais de 3 milhões de usuários do transporte alternativo (bicicleta e caminhada) a serviços locais. O projeto contará com pavimentação cinética, que fará com que os passos dos habitantes sejam convertidos em energia utilizável.
Em Paris, o escritório francês PCA-Stream visa a transformação da prestigiada avenida Champs-Élysées em um território urbano do futuro. O projeto envolve a criação de espaços de pausa e praças públicas, quiosques para refeições, playgrounds, áreas de esportes e mais ambientes para pedestres, de modo a resgatar o convívio dos parisienses em um dos endereços mais importantes da cidade.
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Construções modulares
O futuro do design será possivelmente mais prático, enxuto e eficiente, considerando um estilo de vida minimalista e consciente. Nessa concepção se encaixam as construções modulares, isto é, edificações instaladas com base em módulos pré-fabricados e adaptáveis a qualquer terreno.
Esse tipo de projeto concentra diversas qualidades, a começar pela possibilidade de expansão versátil da planta, de acordo com as necessidades do morador. A construção modular também atende ao ritmo acelerado em que vivemos, graças à montagem que ocorre simultaneamente à preparação do terreno, reduzindo drasticamente o tempo total da construção.
Neste período de importantes pautas ambientais, esse tipo de habitação também é considerado mais sustentável por uma combinação de fatores: possibilidade de desmonte e reúso dos módulos, reduzindo a demanda energética e de matéria-prima; menos desperdício de materiais, graças à reciclagem e ao controle de estoque; e eficiência energética, devido a um isolamento térmico e acústico de qualidade.
Habitações aquáticas no design do futuro
Frente às mudanças climáticas, a arquitetura tem, cada vez mais, buscado cenários experimentais que possam funcionar como habitação para as gerações futuras. O oceano, por exemplo, é uma das alternativas exploradas por projetistas como resposta ao aumento do nível do mar.
Nos inovadores projetos norteados por essa abordagem, a eficiência energética e o uso de materiais locais aparecem como um dos pilares das habitações aquáticas. Na Dinamarca, o escritório de arquitetura MAST propôs no projeto Land On The Water o uso de estruturas flutuantes e adaptáveis às mudanças climáticas, que minimizam impactos ambientais.
Ele abrange módulos de fácil montagem e transporte, que servem como base para as construções sobre a água. Estas permitem o fluxo d’água sem grandes interferências no ecossistema local e atuam como biohuts: habitats artificiais para organismos como moluscos e peixes. No longo prazo, esses recifes promovem a manutenção da biodiversidade e do ecossistema marinho.
Em Amsterdã, outra habitação aquática ilustra a inovação dessa tendência: o bairro flutuante Schoonschip. Criado pelo escritório holandês Space&Matter, o projeto abrange 46 moradias totalmente equipadas com sistemas de água, energia e resíduos descentralizados e sustentáveis, que servem de lar para mais de 100 ocupantes.
Biomateriais
Cada vez mais, novas preocupações reforçam a importância de um cenário mais sustentável para o futuro do design. Atuais mudanças e quebras de paradigmas impulsionam soluções inovadoras como os biomateriais: recursos de construção derivados de organismos vivos como plantas, fungos e animais. Esses materiais incentivam o design circular e fomentam alternativas sustentáveis para moldar um futuro melhor.
Na construção civil, alguns exemplos de biomateriais são a madeira, a palha e o cânhamo, que podem ser usados em estado bruto, ou o micélio e resto de alimentos, que podem ser incorporados a outros materiais para, então, se tornarem compósitos úteis. O micélio é uma estrutura de fungos e cogumelos encontrada sob o solo ou dentro de matéria orgânica, como folhas e troncos.
Entre suas vantagens, o micélio se mostra altamente resistente e pode ser cultivado em praticamente qualquer formato. Esse aspecto o torna altamente versátil para o universo do design e amplia as possibilidades de uso para formas e estruturas geralmente difíceis de trabalhar.
A sustentabilidade é a principal vantagem dos biomateriais, pois eles são biodegradáveis e armazenam CO2 durante toda a sua vida útil – o que contribui para a redução da pegada de carbono incorporado nos edifícios e materiais.
Entre bons exemplos de seu uso está o Pavilhão Experimental HyFy, construído no pátio do MoMA PS1, instituição artística contemporânea em Nova York. A construção utilizou tijolos de micélio que cresciam em menos de uma semana em moldes prismáticos, a partir de talos de milho picados.
Trata-se de uma tecnologia que vem sendo aprimorada e que fomenta as construções sustentáveis, ágeis e de baixo orçamento. Soluções inovadoras como essas no âmbito da sustentabilidade, do urbanismo, da arquitetura e da construção civil nos conduzem rumo ao futuro do design.
Laguna e tendências do design
Sendo o desenvolvimento consciente um norte cada vez mais nítido para a construção civil, um destaque no Brasil e internacionalmente é a Galeria Laguna, em Curitiba. O edifício foi certificado como o mais sustentável do mundo em 2022, pelo USGBC.
Desde a parte externa até os interiores, a Galeria Laguna ganhou reconhecimento por aplicar diversas tendências contemporâneas, entre elas: design arrojado, formado por uma fachada translúcida em policarbonato alveolar; amplas superfícies de vidro acidato, que valorizam a incidência de luz natural nos interiores; uso de granilite no piso, como opção sustentável; e paredes em concreto aparente, contrastando com a madeira do mobiliário.
Um grande diferencial da Galeria Laguna é a qualidade construtiva atestada pelos renomados selos LEED Platinum e True Zero Waste. Além deles, o edifício está em processo de certificação WELL Platinum, LEED Zero Energy, LEED Zero Waste, LEED Zero Water e LEED Zero Carbon.
Na Galeria Laguna, é possível conhecer os diferenciais de design, arquitetura, conforto e sustentabilidade que fazem das criações da construtora imóveis-arte inconfundíveis. O espaço recebe clientes e visitantes de segunda a sexta, das 9h às 19h, aos sábados das 09h às 18h e aos domingos, das 10h às 17h. Venha conferir!