De modo crescente, as tecnologias verdes vêm direcionando diversas indústrias rumo a hábitos mais conscientes. Na construção civil, esses recursos demonstram forte potencial para lidar de forma sustentável com as demandas energéticas, hídricas, de consumo e de produção. Saiba mais abaixo!
Tecnologias verdes
O avanço tecnológico é um dos principais motivadores das mudanças comportamentais na indústria. Hoje, novos recursos contribuem de maneira significativa para o compromisso ambiental das organizações em diversos setores.
Na construção, isso significa projetar com mais responsabilidade, para que o ciclo de vida das edificações gere o menor impacto ambiental possível. Nessa abordagem, também são consideradas as etapas de extração de matéria-prima, fabricação, distribuição, uso e descarte.
Em cada uma dessas fases, as tecnologias verdes podem ser aplicadas para projetar conforme aspectos climáticos e ambientais, otimizar a etapa de fabricação, reduzir o desperdício e o descarte de resíduos, elevar a eficiência energética e utilizar os recursos naturais de forma consciente.
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Captura de carbono
Um dos principais compromissos da chamada construção verde se refere à captura de carbono. A missão de reduzir as taxas de carbono incorporado nas edificações responde a uma problemática da própria indústria, responsável por até 30% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) – segundo o United Nations Environment Programme (UNEP). Tal cenário demonstra a importância de mensurar, rastrear e diminuir o carbono emitido ao longo das etapas construtivas.
Carbono incorporado é a soma das emissões de GEE geradas nas etapas de extração, fabricação, construção, instalação, manutenção, operação, fim da vida útil e descarte de materiais de um edifício.
Como contraponto, uma tecnologia verde de destaque é a Carbon Capture and Storage (CCS), que significa “captura e armazenamento de carbono”. Esse promissor recurso é capaz de compensar e neutralizar o carbono a partir da captura, transporte e armazenamento do CO2. O sistema pode sequestrar o carbono do ar diretamente ou mesmo antes de sua emissão, para então conduzi-lo por tubulações, para que o gás seja armazenado em reservatórios geológicos ou em compartimentos subterrâneos.
Estima-se que a tecnologia CCS possa reduzir 13% da concentração de CO2 da atmosfera, volume que ajudaria a controlar o aquecimento global em até 2 °C até 2050. Segundo um relatório divulgado pela International Energy Agency (IEA), esta tecnologia é hoje a única capaz de reduzir significativamente as emissões geradas pela queima de combustíveis fósseis.
EVTOLs: aeronaves elétricas
O avanço da tecnologia tem tornado realidade recursos que, há pouco tempo, eram inimagináveis. As chamadas eVTOLs, aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical, são um exemplo disso, e oferecem novas possibilidades para a mobilidade aérea.
As aeronaves elétricas resultam de um grande avanço na criação de baterias, motores, células de combustível e controladores eletrônicos mais eficientes e menos danosos ao meio ambiente. Em termos de mobilidade, as eVTOLs contribuem para o desenvolvimento, por exemplo, de serviços de táxi aéreo. Em um futuro próximo, esses veículos podem expandir o transporte de mercadorias e pessoas e os serviços de emergência, de forma mais rápida e eficiente.
No trânsito urbano, essa tecnologia verde se refletiria em menos poluição atmosférica e desobstrução das ruas nas cidades. Uma solução de destaque no setor de eVTOLs é o carro voador criado pela Embraer, previsto para percorrer distâncias curtas, de 16 a 48 km. Entre suas vantagens se destacam o baixo nível de ruído e a emissão zero de carbono.
A previsão é de que, até 2035, mais de 300 veículos do tipo eVTOL estejam em circulação no Brasil, fomentando mais economia, sustentabilidade e autonomia para o transporte aéreo nas grandes cidades.
Tecnologia marinha
O mercado da tecnologia marinha, também chamada de ocean tech, é uma importante frente de sustentabilidade nas indústrias. Isso porque esse nicho diversificado faz uso de dados, ferramentas e recursos naturais de origem marinha para reduzir os impactos ambientais nos meios de produção e consumo.
Entre os potenciais dos oceanos está seu uso como fonte de energia renovável. Segundo a Ocean Energy Europe, a energia oceânica será capaz de suprir 10% da demanda energética na Europa até 2050.
Outros benefícios dos estudos em recursos marinhos incluem: capturar energia solar para gerar energia limpa e renovável; produzir hidrogênio a partir de micróbios imersos no fundo do mar; e produzir biopolímeros por meio de organismos marinhos, que podem ser usados na fabricação de medicamentos, cosméticos e plásticos biodegradáveis.
No mercado da pesca, a tecnologia marinha já faz uso da Internet das Coisas (IoT) e da inteligência artificial (IA) para mitigar a sobrepesca e otimizar os padrões de consumo de combustível. Na piscicultura, por sua vez, grandes estruturas flutuantes podem ser utilizadas para produzir de modo sustentável e mais eficiente.
Tecnologias verdes como essas são ferramentas promissoras para a construção de um futuro mais sustentável, em harmonia com o meio ambiente.