Estratégias para resfriar as cidades

O aumento das temperaturas em todo o mundo é uma das principais demandas ambientais da atualidade. Essa questão tem motivado urbanistas e arquitetos a recorrerem a estratégias para resfriar as cidades a fim de combater as mudanças climáticas e preservar o bem-estar humano. Confira mais detalhes abaixo.

O cenário e a demanda

O Observatório Global de Resfriamento 2023 já reforçava a importância das soluções de resfriamento passivo como alternativa para as estratégias que consomem muita energia.

Produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o relatório aponta que, até 2025, o consumo global de eletricidade tende a dobrar devido ao uso de equipamentos artificiais de refrigeração, que deve triplicar.

Um aumento como esse tem efeito direto na emissão de gases de efeito estufa (GEE) e nas mudanças climáticas como um todo, já que a liberação de gases refrigeradores é mais prejudicial ao superaquecimento do planeta do que o próprio carbono.

Em 2021, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) lançou um guia contendo diversas estratégias defendidas por dezenas de estudos de casos que têm como objetivo resfriar as cidades.

Segundo as pesquisas, infraestruturas de resfriamento natural podem reduzir a temperatura do ar em até 4 °C nas cidades, número importante para combater as ondas de calor e o aumento geral de temperatura.

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Estratégias para resfriar as cidades

Construções com superfície branca em Ahmedabad, Índia

Inúmeras estratégias têm sido consideradas e aplicadas nas grandes cidades para resfriar os espaços urbanos, impedir a absorção de calor pelas construções e aumentar o sombreamento em áreas públicas.

Materiais reflexivos

Os materiais que predominam em uma cidade têm grande influência no controle das temperaturas: quanto maior o nível de absorção de calor deles, sem que haja dissipação, mais a temperatura sobe.

Em contraponto, o uso de materiais com níveis mais baixos de absorção, como pavimentação permeável ou telhados reflexivos, é uma das principais estratégias para resfriar as cidades.

Em ruas, telhados, paredes e demais superfícies, o uso de materiais reflexivos evita a absorção de calor e o “devolve” para a atmosfera, amenizando o efeito das ilhas de calor no meio urbano. 

Telhados brancos

Os telhados brancos ajudam a resfriar os interiores das edificações por meio da reflexão dos raios solares. A cidade Ahmedabad, na Índia, é um exemplo dessa estratégia.

Em 2010, o local desenvolveu um plano de controle contra as altas temperaturas que atingem a região. Cerca de 7 mil famílias tiveram os seus telhados pintados de branco, o que reduziu drasticamente as temperaturas internas. Com o sucesso, Ahmedabad inspirou outras 30 cidades da Índia a adotarem a solução ou a desenvolverem seus próprios planos de resfriamento urbano.

Soluções verdes

O investimento em áreas verdes – verticais ou horizontais – é uma das principais estratégias para resfriar as cidades. O processo de evapotranspiração realizado pelas árvores, no qual elas liberam água em forma de vapor, reduz a temperatura atmosférica, resultando em espaços públicos mais frescos e confortáveis.

Além disso, as árvores fornecem mais áreas de sombreamento para os habitantes, protegendo a população contra a incidência solar. Em Medellín, na Colômbia, mais de 8 mil árvores foram plantadas para vegetar a região, reduzir a sensação de calor, fortalecer a biodiversidade e promover mais contato com a natureza. Segundo as autoridades municipais, 3 anos após essa iniciativa, o efeito de ilha de calor na cidade diminuiu em 2 °C.

Medellín também adotou 36 corredores verdes ao longo de importantes vias, totalizando mais de 36 hectares de áreas verdes. Desde então, esses corredores resultaram em queda de até 4 °C na temperatura.

Em Curitiba, o cultivo de áreas verdes é uma das estratégias adotadas pela prefeitura que visam expandir ainda mais os espaços vegetados na capital, beneficiando assim o clima, o ecossistema e a qualidade de vida na cidade.

O programa “Desafio 100 Mil Árvores para Curitiba” é uma ação em parceria com a população curitibana que distribui mudas gratuitas em todas as regionais da cidade. As espécies nativas ajudam a manter a biodiversidade local e a engajar a comunidade nas causas ambientais.

Curitiba tem, aproximadamente, 300 mil árvores plantadas entre mais de 43 parques, 900 praças e 14 espaços de preservação, fato que corrobora o título de “Cidade Verde” associado à capital paranaense.

Estratégias com água

Representando uma estratégia pioneira, Paris desenvolveu o maior sistema de refrigeração distrital da Europa. Quando a temperatura da água do Rio Sena se encontra abaixo de 8 °C, ela é utilizada para fornecer resfriamento gratuito à população.

O sistema capta a água do rio em pontos específicos da cidade e a encaminha para unidades de resfriamento distribuídas por Paris. Nelas, a água passa por trocadores de calor, que permitem a transferência térmica entre a água do Sena e a do sistema de refrigeração. A água resfriada é, então, bombeada por uma rede de túneis e tubulações subterrâneas para diversos edifícios, como hospitais, museus, lojas, escritórios, entre outros.

Já em Toronto, no Canadá, o governo municipal implementou o maior sistema de resfriamento com água de lago de todo o mundo. O projeto “Deep Lake Water Cooling” reutiliza a água fria do Lago Ontário e, de forma similar ao modelo de Paris, resfria edifícios da cidade a partir de uma rede de tubulações subterrâneas.

Técnicas tradicionais

Uma das estratégias para resfriar as cidades é revisitar técnicas construtivas antigas, como aberturas no edifício e pátios internos, que favorecem a ventilação cruzada e a maior circulação de ar nos interiores.

Na cidade de Koudougou, em Burkina Faso, a Escola Secundária Schorge abrange nove módulos dispostos em volta de um pátio central, que também ajuda a preservar o local da poeira. As estruturas foram construídas com tijolos de laterita, uma rocha local capaz de absorver calor durante o dia e irradiá-lo à noite.

Nos módulos, uma fachada secundária de eucalipto local envolve as salas de aula como uma espécie de tecido e resulta em espaços sombreados para proteger os alunos contra as fortes temperaturas que acometem a região durante o dia.

Estratégias passivas nos imóveis-arte Laguna

Brises na fachada do AMPIO

Sombreamento

Entre as estratégias de sombreamento, os brises são uma estrutura criada para, entre outras vantagens, regular a incidência solar nos interiores. Eles ajudam a criar ambientes agradáveis em termos de luz, sombra e ventilação, combatendo o excesso de calor no verão e evitando a perda de temperatura no inverno.

Os brises promovem conforto térmico durante todo o ano, reduzindo a necessidade de equipamentos artificiais. Um exemplo de empreendimento que adota a estratégia é o AMPIO, projetado pela Construtora Laguna com painéis fixos e móveis na fachada. Dessa forma, os moradores poderão regular a estrutura conforme suas preferências de luminosidade e privacidade.

Pátio interno

Átrio – TREVI Batel

Muito presente nas clássicas construções italianas, o átrio é um pátio interno utilizado há séculos na arquitetura para valorizar a iluminação e a ventilação naturais. No TREVI Batel, o átrio é protagonista, como um pátio central e aberto situado em meio a cada uma das duas torres do empreendimento.
 
Com um paisagismo revigorante, esse espaço faz uma releitura moderna dos pátios italianos. Nele, o sol incide por diferentes faces, revelando jogos de luz e sombra, e a ventilação natural leva mais frescor aos ambientes.
 
Ventilação natural
O BIOOS Home é outro imóvel-arte da Laguna de destaque em termos de estratégias passivas de conforto. Na torre residencial, o nível de conforto térmico é superior a 90% das horas anuais. Esse marco se deve a um conjunto de soluções que promovem a ventilação natural e o acesso a espaços abertos e a áreas vegetadas, elevando o frescor nos ocupantes.
 
O BIOOS Home incorpora, ainda, diferenciais como: esquadrias minimalistas de alta performance termoacústica de acordo com consultoria específica para cada unidade; tratamento termoacústico nos pisos e nas paredes dos apartamentos; e vidros solares (ou “low-e”), laminados ou insulados, também seguindo consultoria.
 
Na Galeria Laguna, clientes e visitantes podem conhecer os inúmeros diferenciais sustentáveis presentes nos imóveis-arte e atestados por rigorosas certificações mundiais. O espaço fica aberto ao público de segunda a sexta das 9h às 19h, aos sábados das 9h às 18h e aos domingos das 10h às 17h, na Av. do Batel, 1713. Conheça!

Desde 1996, a Construtora e Incorporadora Laguna vem desenvolvendo empreendimentos únicos, que possuem arquitetura diferenciada e design inovador. Além disso, somos a construtora com mais projetos sustentáveis do Sul do país. Saiba mais

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