Tecnologia de polímeros na arquitetura

Polímeros na arquitetura

A indústria da construção civil vem, cada vez mais, recorrendo a alternativas para combater o volume de resíduos gerados e a emissão de gases poluentes. Uma delas é a tecnologia de polímeros na arquitetura, que traz ao setor soluções mais resistentes, eficientes e sustentáveis. Saiba mais abaixo!

Polímeros na arquitetura

Nos âmbitos da arquitetura e da construção civil, o crescente debate sobre sustentabilidade direciona os olhares a novas formas de reduzir os impactos ambientais e prolongar a vida útil dos edifícios. Para incorporar práticas mais conscientes, o setor da construção frequentemente adota novas tecnologias e materiais, como os polímeros.

Esse recurso representa, nas edificações, um material altamente maleável e versátil, com inúmeras funcionalidades. Mais recentemente, avanços tecnológicos permitiram o uso de polímeros plásticos em escala real nas construções e nos projetos arquitetônicos.

Na prática, os polímeros na arquitetura se mostram um recurso prático e bem-sucedido. Eles têm como vantagens: alta capacidade de modelagem, custo-benefício, adaptabilidade e leveza, servindo a especificidades variadas.

Na Galeria Laguna, eleita o edifício mais sustentável do mundo pelo USGBC, o policarbonato alveolar foi um tipo de polímero utilizado para atribuir à construção um design arrojado, como uma grande caixa de luz. O material, adquirido por meio da empresa israelense Danpal, diferencia-se pela durabilidade e pela translucidez que destaca a Galeria.

ETFE: múltiplas funcionalidades

Originalmente criado na década de 1970 pela DuPont, multinacional americana da indústria química, o etileno tetrafluoretileno (ETFE) é um material leve e resistente ao calor, desenvolvido inicialmente como um revestimento para o mercado aeroespacial.

Ao longo dos anos, esse tipo de plástico passou a ser utilizado em projetos arquitetônicos e agrícolas, como revestimento para células solares e coberturas de estufas, entre outras finalidades. Um marco que fez com que o ETFE fosse notado globalmente pelos arquitetos foi seu uso na fachada do Centro Aquático Nacional de Pequim, nas Olimpíadas de 2008.

Desde então, o ETFE vem cativando projetistas por sua capacidade de substituir materiais translúcidos ou transparentes de alto custo e de agregar às construções uma estética atrativa. Ao contrário de materiais plásticos altamente prejudiciais ao meio ambiente, como o PVC, o ETFE é um recurso de longa duração, resistente a condições climáticas intensas e facilmente reciclável.

Além disso, por ser um material leve, o ETFE demanda baixo consumo energético em seu processo de fabricação e transporte, sendo mais viável em termos logísticos e ecológicos. O recurso possui boa elasticidade, é autoextinguível em caso de incêndios e ajuda a regular as condições ambientais do edifício. Isso porque, por ser um bom isolante térmico, o ETFE consegue utilizar até 20% da energia solar captada para o aquecimento da construção.

Outras vantagens desse polímero são seu baixo coeficiente de atrito, que evita a aderência de resíduos e reduz a necessidade de manutenção, e as qualidades térmicas do material. Quando utilizado em camadas, o ETFE pode ser preenchido com ar, como um sistema pneumático, atuando como isolante térmico na construção.

Material que se autorrepara

Prolongar a vida útil dos edifícios é uma das principais preocupações dos arquitetos comprometidos com o meio ambiente. Nesse contexto, um dos grandes avanços tecnológicos para o setor da construção são os materiais que se regeneram. Essa possibilidade, já vista em recursos como o concreto, o metal e o asfalto, agora se expande no universo dos polímeros.

Um exemplo é o polímero flexível desenvolvido pela Universidade de Alicante (Espanha), em 2016. Trata-se de uma resina que, após cortada, consegue retornar ao seu estado original em um intervalo de 10 a 15 segundos, sem depender de fontes externas de reparação.

Por não produzir reações químicas, o material é capaz de se regenerar inclusive quando está submerso em água ou em qualquer outro meio fluido. Esse atributo é altamente vantajoso para ambientes com baixa acessibilidade ou cuja passagem dificulta reparos. Além disso, esse polímero se mostra ideal para locais com condições climáticas adversas.

Geopolimerização

Dentro dos conceitos de economia circular, as lãs minerais vêm sendo bastante exploradas na arquitetura, especialmente em projetos sustentáveis. Trata-se de um recurso com ótimo desempenho térmico e acústico (dada sua baixa densidade) e que foi utilizado no projeto WOOL2LOOP, que explorou a tecnologia de geopolímeros.

O projeto propôs o uso de resíduos de lã mineral pós-processados em estruturas como painéis de fachadas, lajotas para pavimentação, chapas acústicas e materiais para impressoras 3D. Para isso, foi utilizado um processo no qual resíduos de lã mineral são separados, moídos e então convertidos em materiais cerâmicos ou semelhantes ao concreto.

Uma vez transformados, os geopolímeros podem substituir, por exemplo, o cimento tradicional. Isso porque eles têm propriedades mecânicas semelhantes, porém são mais resistentes e ecologicamente sustentáveis, já que liberam apenas uma fração do carbono que o material convencional libera. Estima-se que o uso de concreto de lã mineral, por exemplo, gere cerca de 80% menos emissões de CO2 em comparação ao concreto convencional.

Não à toa, a geopolimerização ganha cada vez mais aceitação no setor da construção civil, sendo mais viável econômica e ambientalmente. Para a fabricação de geopolímeros, são utilizados diferentes resíduos de processos industriais, que seriam descartados no meio ambiente.

Com tudo isso, o uso de polímeros na arquitetura abre um amplo leque de possibilidades para a construção civil, oferecendo alternativas sustentáveis, versáteis e economicamente viáveis.

Fonte: ArchDaily e Gazeta do Povo

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